Alguma coisa aqui tem que ser original
- Franklin Santos
- 23 de jun. de 2014
- 4 min de leitura
Cópia, base e inspiração.
Já dizia o comercial do guaraná antártica: “alguma coisa aqui tem que ser original”. Mas como ser original se eu já comecei meu texto com uma citação? Pois é, amigo, essa é a vida dos seres “CRIATIVOS” desse planetinha azul.
Mas, como então vamos ser originais se tudo o que criamos vem do que já sabemos e tudo que sabemos, aprendemos de algo?
Pois bem, para isso é necessário identificar três coisas que existem nas criações: Plágio, baseamento e inspiração.
PLÁGIO, CÓPIA, ROUBO IDEOLÓGICO. Este é o único processo criativo que não é criativo. Também é o único que é classificado como crime, por isso, fuja dele! Plágio é o ato de copiar integralmente uma obra ou ideia de outrem.
Plagiar uma obra: É o mais difícil de acontecer porque se alguém copiar um livro já publicado, todos vão notar, e o autor filho da mãe vai sofrer nas mãos da mídia, e talvez da justiça. Porém é comum acontecer de alguém copiar uma obra não publicada. O filme As palavras, estrelado por Bradley Cooper, trata-se justamente disso. Um homem escreve uma história e a perde. Outro autor a acha e a publica como se fosse dele. Outro filme que fala disso é a comédia O grande mentiroso.
Plagiar uma ideia: É quando você usa uma premissa já existente para sua história, mesmo que você modifique os detalhes.
Exemplo1: Criar uma história sobre um químico doente terminal que resolve virar a mesa por vender drogas ilegais. (Plágio de Breaking Bad)
Exemplo2: Uma história sobre um detetive recluso com extraordinário poder de dedução que fuma e usa drogas e tem um melhor amigo médico que o auxilia nas investigações. (Plágio de Sherlock Holmes)
Exemplo3: História sobre um jovem que viu os pais serem assassinados e se tornou um traumatizado vigilante noturno fantasiado de um animal assustador. (Sorry, you are not Batman)
BASEAMENTO. Não, não é fazer um baseado. Baseamento, como já é indicado, é tomar como base para sua obra, uma obra já criada. Isso não é crime, e na verdade é o meio mais utilizado para a criação. Quando se baseia em algo, é quase regra que essa base seja vista e sentida durante a obra. Não se pode passar despercebido.
Música ou poesia como base: É bem comum, visto que são duas linguagens distintas – prosa e poesia. Quando se toma como base uma música ou poesia, pode-se inserir ela como base do universo da sua história. O livro Inferno de Dan Brown é claramente baseado no poema Inferno de Dante, é a poesia que dá o tom da história e direciona o enredo sendo citada várias vezes. A música Faroeste caboclo foi base para o filme Faroeste Caboclo.
Livro como base: Quando se toma outro livro como base, é preciso ter cuidado para dar as devidas homenagens. Se eu decidi que uma história é tão boa que merece ser a fonte de outra história eu tenho que deixar isso claro pros leitores. Muitos filmes são baseados em livros. Por exemplo: O senhor dos anéis, Harry Potter, Sherlock Holmes, A culpa é das estrelas e O código da Vinci. Os roteiristas dos filmes criaram uma história tendo como base a história dos livros. É algo baseado, por isso, os roteiristas tomam algumas liberdades e fazem modificações causando a ira dos fãs das histórias originais.
Arte em geral como base: De qualquer coisa pode ser baseada uma história. Desde um filme em 3d até uma pintura rupestre, tudo pode servir de alicerce para a construção de uma história. Lembre-se então, se for se basear em algo, certifique-se de que Deus e o mundo saiba disso.
INSPIRAÇÃO. Inspiração é quando algo te faz ter uma ideia. E essa ideia tem que ser um tanto diferente do algo, senão vira baseamento ou até plágio. Pode ser qualquer coisa: um folha ao vento, uma conversa com um amigo, uma cena de um filme ou um sonho. Tudo pode te inspirar.
Dificilmente você criará uma história completa por inspiração. O mais comum é que várias coisas te inspirem a criar os vários detalhes da sua história.
Exemplo1. Inspirado em Jesus, é criado um personagem que vai contra o sistema religioso vigente em sua localidade. (Nesse caso o personagem pode não ser judeu, pode não ser um messias, pode ser uma mulher, pode até ser um vilão. O ponto é que ele irá lutar. Não como Jesus lutou, mas como o autor pensa que ele lutaria se estivesse inserido nas circunstancias colocadas na história.)
Exemplo2. Inspirado em Peter Parker/Homem aranha, é criado um personagem que se sente responsável pela morte de um ente querido, e tenta compensar por ajudar outros.( O personagem não terá poderes de aranha, pode não ser americano, pode não ser pobre, etc. Ele não vai ajudar outros batendo nos vilões e amarrando nas teias.)
Exemplo3. Inspirado em Salvador, que é dividida em cidade alta e cidade baixa, é criada uma cidade que é dividida em duas. (O nome da cidade será diferente, não precisa ser no Brasil, não precisa ser dividida em alta e baixa e a divisão pode ser racial, política, etc.)
Exemplo4. Inspirado nas histórias de apocalipse zumbi, é criada uma história sobre uma civilização que perde a capacidade de raciocínio e vive como hominídeos, enquanto os remanescentes tentam se manter conscientes. ( Os não-civilizados não precisam atacar indiscriminadamente os civilizados, nem se alimentar deles. Talvez até mesmo os civilizados cassem os hominídeos e façam o papel de zumbi. PUTZ QUE IDEIA MASSA QUE EU TIVE)
Então, espero que tenha ajudado. E vamos lá, vamos criar! Pra ser original vou terminar com uma frase de minha autoria: Segura o tchan!
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